sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Na Casa do Chapéu...

Já tinha lido sobre esse restaurante...  Talvez pela tal da entrada com porta pivotante ou talvez pelo histórico de uma das sócias, que já passou pelas cozinhas de outros ilustres de SP...  O fato é que num sabadão daqueles, com um sol de rachar e a perspectiva de encontrar lugares lotados, apontei a proa para o Ipiranga e fui conferir pessoalmente o Nico Pasta & Basta.

Confesso que para quem não vai muito para aqueles lados, dá uma preguiça andar a Ricardo Jafet quase que inteira, mas vale a viagem.  Uma vez no bairro, o lugar é fácil de ser encontrado, até porque ele tem um lado externo modernoso, que não orna muito com o que está em volta.  A entrada realmente é muito bacana, com uma porta pivotante gigante e ladrilhos hidráulicos coloridos por toda a volta.  Lá dentro, o salão é amplo, com pé direito bem alto, um teto de vidro e a cozinha, atrás de um vidro, toda exposta ao fundo.  No dia que eu e o Soderi passarmos para atrás dos balcões, quero que seja assim...  E by the way, a tal da chef estava lá.

Bom, vamos ao que interessa...  Não sei qualificar a carta de vinhos do local.  Bebi foi cerveja mesmo, o dia estava muito quente.  A cerveja estava perfeita.  O local não estava cheio, então acho que a falta de giro ajudou.  O couvert é ótimo, pão delicioso, variedade nos acompanhamentos.  Ofereceram uma tal de muzzarella de búfala que estava bem bonita, mas já tinha tanta coisa que não experimentamos.  O cardápio é variado.  Não é nem cantina, nem restaurante francês, fica no meio do caminho.  Tem uns pratos mais sofisticados, outros mais simples.  Fui no simples: gnocchi.  Muito bom, leve, gostoso, mas com um pecadinho...  Fala baixo por favor: tinha um pouco de creme de leite no molho de tomate!  Mas tudo bem, tava gostoso mesmo assim.  Vou até colocar a foto.
A Aline pediu um prato que estava impecável, a polenta com calabreza.  Sensacional!  De qualquer jeito, quero voltar lá, de preferência à noite, pra experimentar a carta de vinhos dos caras.  E aí vou para alguma coisa diferente, testar de verdade esse cardápio.

Na minha opinião vale a pena experimentar.  Lugar diferente, bonito, serviço muito, muito bom.  E no almoço de Sábado, uma ótima opção, já que não é o horário cheio deles.  Se quiser fugir das filas de espera, vá ao Nico.

Nico Pasta & Basta - Rua Costa Aguiar, 1586, Ipiranga - www.nicopastabasta.com.br

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Cerveja é que é coisa de homem!

E ontem, passeando pelos domínios do Itaim, após uma frustrada tentativa de incursão ao recém inaugurado Bottega Botta Gallo (casa que tem como sócios os caras do Original), ficamos eu e Soderi à deriva num momento pós chuva.  Entre um semáforo e outro, tomando fechada de taxista e desviando de filas duplas, me lembrei de um simpático restaurante onde estive anos atrás, chamado Forneria Tamandaré.  Ele ficava na Almirante Tamandaré, travessa da Renato Paes de Barros.  Fomos para lá.  Ao chegar na dita rua, a surpresa: era a mesma rua do Pomodori e eu não me lembrava disso.  E também, mais para dentro, lá estava ele, o mesmo estabelecimento que eu conhecia, só que remodelado, provavelmente de novo dono, agora chamado Vino!  Olhamos para os dois, pensamos e, depois de uma rápida discussão sobre a recente migração de tubarões brancos da Nova Zelândia para Fiji, decidimos ficar com o Pomodori.


E lá estávamos, não propriamente vestidos para o ambiente (e cagando e andando para isso - aos mais sensíveis, peço desculpas pelo palavreado), olhando os pratos em volta e antecipando que teríamos uma refeição com R maiúsculo.  Bom, após iniciarmos com uma Erdinger bem gelada fomos ao cardápio e por incrível que possa parecer não batemos o olho em nada com tomate, mas no Ossobucco com Risotto Milanese.  Prato simples, com molho de redução de vinho, mas vou deixar para o Soderi comentar pois foi ele o felizardo que pediu o dito cujo.  Perdendo no par ou ímpar eu fui para o Escalope de Vitela Milanese com Risotto de Funghi Porcini - perfeito também!  Desde minha última ida ao Due Cuochi eu não comia um Risotto fora de casa com este grau de perfeição e al denti.  Já que é para ser chato, o Escalope estava um pouco exagerado no óleo de fritura, mas nada que comprometesse a integridade molecular do prato.  O único jeito mesmo de melhorar este jantar, seria o acompanhamento de um vinho...  Mas num jantar entre amigos, no caso dois, pareceria romântico demais dividir uma garrafa...  Cerveja é que é coisa de macho! Garçom, vê duas aí! (JLN)

Por mais que o João afirme (e desdenhe) que estávamos inapropriadamente vestidos para o Pomodori, eu me considero bem trajado para o local, com minha camisa de marinheiro. Tava bonitinho e nem notei a Adriane Galisteu comendo salada com vento na mesa ao lado.
Assino embaixo do que o João escreveu: foi um jantar digno de nota. A entrada cortesia do chef foi um (um mesmo!) ravioli de abóbora ao molho de manteiga e sálvia. Bonitinho, mas ordinário. Sem graça quando comparado ao prato principal. 
Meu ossobuco banhado numa redução de vinho tinto estava no ponto perfeito. Foi devorado sem a ajuda da faca, dispensável para o ponto da carne. Ornou muito bem com o risoto milanse, no ponto exato, saboroso, amarelo vivo, salpicado com os pistilos de açafrão que lhe deram a cor. Seria perfeito se acompanhado de um Barollo ou algum outro tinto bem encorpado. Mas a cerevja desceu bem e, como disse o João, não deu margem para comentários brokebackmountain. (MS)

Pomodori - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 534 - Itaim Bibi (www.pomodori.com.br)