quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os Tomates do Vesúvio

Quando essa pizzaria apareceu em SP foi um frisson...  A Veridiana era o lugar pra ver e ser visto, o que me manteve bem longe de lá.  Por muita insistência de amigos, fui num Domingo e conforme previsto, me arrependi.  Tinham um sistema de espera horrível, para cada tamanho de mesa (2, 4, 6 lugares) eles tinham uma recepcionista.  Aí uma ficava competindo com a outra e ninguém com mais de 4 pessoas sentava.  Resultado, fiquei quase 2 horas e meia em pé, sendo visto. Quase risquei definitivamente do meu mapa.

Passado o frenesi e com outro endereço da mesma casa, agora posso recomendar.  Mas recomendo por um sabor de pizza específico.  Chama-se "Campeoníssima" (Unq), massa média (a da casa), bastante molho de tomate, ricota fresca e bem molhadinha e vários tomates cereja que, segundo indica o cardápio, vêm da região do Vesúvio na Itália...  Se eles vêm mesmo de lá ou não, não dá pra dizer, temos que acreditar, mas o fato é que o sabor da pizza é diferente, fica com um fundo azedinho, uma delícia! Vale várias visitas.

Ainda em tempo, a carta de vinhos parece ser muito boa e o Chopp é excelente.  Brahma bem gelado com pouquíssimas manifestações de carbono (nossa, falei difícil que as bolhinhas são bem pequenininhas) e colarinho bem cremoso.  Leve.

JLN

Veridiana - Rua Dona Veridiana, 661, Higienópolis e Rua José Maria Lisboa, 493, Jardins - UR=1

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fumacê do bom


Tem um cara lá em Pinheiros que montou uma casa fora do convencional. A especialidade do Smoky Jô é o defumado. Ele defuma tudo - e fica bom pracacete. Chuleta, lombinho, picanha, linguiças, hambúrgueres e até arroz. Tudo defumado. Você pede uma carne, uma cerveja gelada (uma Nortenha, de 750 ml...) e se diverte.

O dono, o tal Jô, é uma figura ímpar, com sua cara de Papai Noel e bom papo. Tem duas ou três coisas que me chamaram a atençao no cardápio e que se confirmaram muito boas: a costelinha de porco e o arroz com salada de cebola. Apimentado no ponto, carne desmanchando do osso (com aquele gosto de defumado...). Vale a visita.


Smoky Joe - Rua Mourato Coelho, 25 - Pinheiros

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hiper Inflação

A vida toda eu nunca fiz o tipo de economia que, na minha opinião, é a mais burra que se pode fazer: economizar comigo...  Nunca dispensei as saídas nos finais de semana pra comer bem ou os ingredientes pra preparar um bom risotto ou um mega churrasco.  Mas pela primeira vez na vida me vi obrigado a pelo menos pensar nisso!  Há dois finais de semana me assutei!  Parece que de uma hora para outra, assim, sem explicação (na verdade explicação há), os donos de restaurantes resolveram fazer parte da Haute Cuisine, pelo menos nos preços!  Qualquer risotinho de açafrão agora custa mais de R$50,00!!

Um final de semana que fez um estrago: 
Sexta Feira - Ráscal - Jantar pra dois, R$120,00 sem sobremesa!
Sábado - Almoço com amigos, meia dúzia de chopps + petiscos + filet à parmigiana no Genésio, R$80,00 por cabeça.  Jantar no Jardim Aurélia (pizzaria honesta na pizza, aniversário de uma amiga) - R$110,00 pra dois sem nada extraordinário (não bebemos muito, não comemos muito).
Domingo - Estava me sentindo pobre, desisti de sair!

Agora me vejo obrigado a tomar o maior cuidado para planejar o final de semana.  Será que todo mundo (menos eu) está ganhando muito mais ou vocês se sentem como eu?

JLN

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"Não dá pra repetir" - Feijoada é coisa séria

Não dá pra ficar brincando com uma instituição da legítima culinária nacional. Nem vou ao extremo de comentar absurdos como feijoada de frango, feijoada light e outras invencionices de pouco sentido. O fato é que sábado é o dia mundial da feijuca e não tem restaurante de SP que ignore o prato no seu dia oficial. Nesta onda, o que inventaram tempos atrás - e pegou, ao que parece - é o buffet de feijoada, onde os pertences são servidos higienicamente separados em cumbucas de barro, mantidas aquecidas por fogareiros à álcool.
Aí começa o problema. Feijoada, pra mim, é aquela feita na véspera, cujo feijão preto (ainda é a estrela do prato, certo?) é cozido junto com os pertences do porco. Tudo servido junto, numa cumbuquinha generosa, curtida no tempero, aquecida no forno antes de ser colocada à mesa. Na hora em que os pertences são preparados e servidos separadamente (alguém aqui acredita que eles façam tudo junto e depois separem na raça?), a feijoada perde o sabor. E não tem conversa. Pode falar que melhor feijoada de SP é a do Rubayat, preparada e servida desta forma, mas eu sou TFP (Tradição da Feijoada Paulista). Por isso, assino embaixo da Feijoada do Bolinha, já postada neste blog.
Bom, indo ao ponto. Me meti a ir ao Churrasco´s (ok, ok, a troco de que fui a um resturante com esse nome e pedi feijoada...) e comi uma das feijucas mais insossas que já experimentei na vida. Servida separadamente em sistema de buffet, tinha gosto de isopor. Pra completar, custou caro (120 paus para duas pessoas, sem couvert e sem bebida alcoólica). Mas essa questão do preço dos nossos resturantes eu deixo para o comentário do João de Lorenzo, que já tem opinião formada sobre o tema. Não dá pra repetir...