segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Empório, Mercearia ou Restaurante?

O Empório Alto dos Pinheiros tem cara de mercearia sofisticada, mas é na verdade um belo restaurante. Fica numa rua movimentada, com vizinhos famosos (Bráz, Pirajá...), e sem chamar a atenção já conta com uma clientela fiel. Ao primeiro olhar, você não sabe ao certo se está entrando numa padaria daquelas que servem café da manhã. Com um pouco mais de cuidado percebe que não há pães. E quando deixa de olhar para as prateleiras cheias de produtos importados, daqueles difíceis de se encontrar no super mercado comum, percebe as mesas espalhadas por todo lado.

Uma bela surpresa para o Sábado, fui lá despretensiosamente, sem esperar muito. Saí muito, muito feliz. A comida é sofisticada, mas em boa quantidade. Experimentei o picadinho (ponta de faca, arroz, ovo poché e farofa), lugar comum, mas feito com capricho e deliciosamente saboroso. Também experimentei os cubos de filet mignon ao molho puxado no vinho com gnochis de semolina gratinados com parmesão - nem preciso dizer mais nada. Na nossa mesa ainda foi pedido um filet ao chimichurri que já está em primeiro na lista da minha próxima visita.

E além de tudo isso eles contam com uma excelente carta de cervejas artesanais nacionais. Tem desde cerveja de Ribeirão Pires, passando por Ribeirão Preto, Blumenau e Porto Alegre dentre outras. Muito bom, dá vontade de experimentar todas.

E por fim, ainda dá pra encomendar comida lá e levar pra casa pra um almoço ou jantar especial. E também eu preciso adquirir o saudável hábito de fotografar a fachada dos restaurantes agora que eu dei um up no celular...

JLN

Empório Alto dos Pinheiros - Rua Vupabussu, 305 - Alto de Pinheiros

Las Papas Quiméricas

Seguindo a fase Porteña do nosso Blog, não é novidade que nos últimos anos São Paulo descobriu com vigor uma de suas vizinhas de continente... Ou será que foi Buenos Aires que descobriu São Paulo? O fato é que hoje compartilhamos tanto, que se tornou fácil comer um bom bife de chorizo ou um alfajor Havana. Bom pra todo mundo, já que ambos são maravilhosamente deliciosos.

Foi outro dia que conheci um pequeno restaurante chamado O Bárbaro e, junto com ele, uma combinação de carnes maravilhosamente bem preparadas com uma alternativa às "papas fritas" ou ao "puré de papas". Chama-se "Papas Quiméricas" - uma massa de batatas em formato redondo, gratinada com queijo parmesão e recheada com requeijão e gorgonzola. Recomendo. A opção de carne, nas duas vezes que fui lá, foi o Bombom (um tipo de filet mignon com sabor puxado para o contra filet feito na brasa - de babar). Mas eles contam com toda a tradicional "carta de carnes argentina".

JLN

O Bárbaro Restaurante - Rua Doutor Sodré, 241A

sábado, 6 de dezembro de 2008

Não fui e não gostei - Espuma??

Eu poderia fazer uma sequência longa de posts "Não fui e não gostei" dos restaurantes da rua Amauri. Na minha humilde opinião, muito mais pra fazer um social do que pra comer - a impressão que eu tenho é que quem vai lá, não gosta realmente de comer.  Mas infelizmente, em alguns deles, já tive que colocar os pés, afinal, vira e mexe alguém resolve comemorar o aniversário lá, ou algo do tipo.

Acho que o que me incomoda mais lá é o fato de estar repleto de estabelecimentos que, para compensarem a falta de talento, ou de paciência, têm como sócios figurinhas carimbadas das colunas sociais.  Eles chamam os amigos, outras figurinhas carimbadas das colunas e, logo, tem um monte de gente indo lá querendo virar figurinha carimbada e pouco se importando se a comida é boa ou ruim.

Mas tudo bem, enquanto eles ficam fechadinhos lá, não estão atrapalhando ninguém, vai quem quer. O problema é quando eles começam a querer se espalhar pela cidade, ainda que perto de lá...  Pois bem, li sobre um restaurante novo, chamado Maní. O autor do texto começava falando sobre a qualidade dos chefs e coisas do tipo, o que não necessariamente significaria algo ruim, até o momento em que citou o João Paulo Diniz (praticamente o dono da rua Amauri) como sócio e, pasmem, a Fernanda Lima! Bom, não vou me alongar muito mais, mas catsso, o que a figura entende de comida??  Se fosse um restaurante de alface, vá lá... E ir a um restaurante cujos donos não são absolutos amantes da arte de cozinhar ou de servir, tô fora!

Só pra finalizar, o texto ainda falava um pouco dos pratos, com releituras de coisas tradicionais pela cozinha desconstrutivista...  Espuma de tucupi?  Faça-me o favor!

Não fui e não gostei!

JLN

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Não fui e não gostei


Proponho aqui mais um espaço de reflexão neste pretenso blog. Desta feita, não vale escrever do que se experimentou, com gosto ou desgosto, recomendando ou rejeitando. O alvo aqui é re-percutir (variante repercussão, percussão; como bater em bumbo - ou, em tradução livre, em quem a gente quiser bater) o que se publica, fala ou propagandeia neste mundo de meu deus, tão cheio de experts, guides, prizes & inaugurações gastronômicas.

Inauguro o "não fui e não gostei" com um evento ilustrativo e atual, para dar o clima.

Não fui e não gostei da Semana Mesa SP. Desembarcaram por aqui os pelés da gastronomia contemporânea, como Ferran Adriá e mais 16 chefes espanhois igualmente estrelados. Fizeram palestras, discutiram o futuro da gastronomia, deram até uma lambuja para o Alex Atala, único brasileiro subir na mesma onda que os demais convidados. E cozinharam para poucos. Inventaram o tal Jantar do Século, com 19 pratos especialmente criados pelos fodões para uma única noite inesquecível. Leiloaram os convites, com lance inicial de 5 mil pratas por cabeça. Lotou. Vai sifu! Eu não fui e não gostei.

Perdi a oportunidade de comer espuma de abóbora com microlascas de alface congelada em hidrogênio líquido e mais uma infinidade de BOBAGENS que pouco têm a acrescentar ao prazer de se comer bem.
Semana que vem eu detono o Jun Sakamoto e seu sushi de ouro. Aliás, vou detonar a gastronomia japonesa - para mim, uma contradição em termos.
Por fim, seria ótimo ser contestado neste espaço. Criar polêmica traz vigor ao cotidiano.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Buenos Aires é aqui

Tem um restaurante muito simpático em Embu das Artes, a pouco minutos de SP, especializado em cozinha argentina. Leia-se parrilladas & congêneres. É o Bar Buenos Aires.

O lugar é simpático, o atendimento é fora-de-série. O cardápio é simples, mas cheio de surpresas que se renovam a cada semana. Volta e meia eles oferecem pratos típicos argentinos, como o Locro e a alguma variante do matambre portenho, e convidam os clientes a uma viagem gastronômica muito bem executada.

No cardápio do dia-a-dia, prevalecem as carnes com cortes especiais, como os tradicionalíssimos bifes de chorizo e ancho, acompanhados de saladas variadas e de uma batata a provençal (Unq) de tirar o chapéu. A carta de vinhos é pequena, mas honesta. E as sobremesas são especiais, feitas pela chef Laurane Cerullo, expert no assunto.

Na outra ponta da cozinha está Hugo Ibarzábal, chef argentino que trouxe a receita das boas empanadas para o Brasil e tornou-se conhecido no Martin Fierro, da Vila Madalena, de onde saiu para abrir o seu Buenos Aires do Embu. No atendimento, ao lado do Hugo, está a simpatissíssima Alejandra, que pilota as mesas e recebe as pessoas com maestria (na foto do post, ela e o Hugo "acolhem" meu filho Guilherme, que já aprovou o bife ancho da casa)

As empanadas do Hugo são outro ponto fora da curva deste restaurante. Esta crítica eu deixo para o João de Lorenzo, que complementa e fecha este post.

Foi no Chile meu primeiro contato com as empanadas.  Experimentei e me apaixonei pela Empanada de Pino, como eles chamam por lá.  Massa fininha, assada no forno de pedra com recheio de carne em ponta de faca, um molho puxado na própria carne bem grosso com cebolas, temperos verdes, azeitona e ovo.  Uma delícia!!

Mas desde que se iniciou meu contato com os Argentinos, ouço dizerem que eles fazem as melhores empanadas (até aí, ouço também que eles têm o melhor futebol, o que é claramente uma "inverdade").  Até conhecer este pequeno restaurante do Embu, ainda tinha saudades das Empanadas Chilenas...  Não passo mais vontade, muito pelo contrário, fora todas as delícias já citadas pelo Soderi, a Empanada do Bar Buenos Aires (Unq) sozinha já vale a visita.

Bar Buenos Aires - Rua da Matriz, 62 - Embu das Artes - SP (http://www.restaurantebarbuenosaires.com.br) - UR=2