O Nou é um pequeno restaurante localizado em Pinheiros, perto do Pirajá e do Brigadeiro. Tem um cardápio interessante, bons preços e é bastante concorrido no almoço, nos dias de semana.
A proposta não é original: comida de bistrô, variada sem ousadias, mas relativamente bem executada pelos cozinheiros da casa. É uma oa opção para um executivo mais sofisticado, sem cometer atentados contra o bolso. Mas não espere suspirar de alegria com um menu desgustação surpreendente: é básico, com algum charme.
A entrada foi uma saladinha de folhas com molho mostarda. Ponto. Acompanhou uma torrada com alichela (ou algo assim) que dormiu no forno alguns minutos a mais do que deveria. Ou era de ontem...
O prato principal foi um risoto de limão siciliano com milanesa de vitela. A vitela estava deliciosa, crocante e bem macia. Salvou o prato. Mas o risoto veio seco e duro, imperdoavelmente fora dos padrões para um prato tão simples. Como sobremesa, abacaxi com raspas de limão. E daí?
Bom, até pela frequência jovem e bonita, pelos preços razoáveis (algo em torno de 60 per capita, sem vinho), vale como opção executiva para uma sexta feira sem maiores pretensões (ou inspirações).
Nou - Rua Ferreira de Araújo, 419 - tel 2609 6939
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Uma proposta diferente
Baixei no Vito para um almoço executivo (de 3 horas...), matando a vontade de conhecer o trabalho do jovem chefe André Mifano. O restaurante é minúsculo, não dá para ir sem reserva, não tem manobrista e oferece um cardápio autoral que vai do óbvio (como pasta com molho de tomate e majericão) ao inusitado.
Fui de inusitado, claro. De entrada, a grande vedete do dia: polenta branca italiana com gema mole, gran padano e azeite trufado (uniqueness). Vale voltar lá só pra comer de novo. Adoro poleta, deve ser coisa da infância (dizem, e eu acredito, que nossa memória gustativa da primeira idade dita nossos gostos culinários pelo resto da vida). Mas essa polenta estava muito boa, mesmo.

Um honesto tinto italiano (pedido por um amigo, em taça, não me lembro o nome), completou o cardápio. De sobremesa, pedi uma inusitada torta de aborinha com glacê, regada com azeite. Interessante, mas um tanto pesadinha.
Como convidado educado que sou, não vi o total da dolorosa conta, mas calculo que girou em torno de 80 paus por pescoço, o que é razoável.
Vito - Rua Pascoal Vita, 329 - tel 3032 1469
Grelha de primeira linha
Merecidos os prêmios oferecidos ao Varanda Grill como uma das melhores churrascarias de São Paulo. Eles pilotam muito bem a grelha a carvão e trabalham com carnes de primeiríssima linha.
Quando abri o cardápio e bati o olho nas diversas variedades de kobe beef, fiquei macho e ensaiei um pedido ousado. Mas o bolso pinicou por baixo da calça e eu fiz uma retirada estratégica para o lado menos ofensivo do cardápio. Não dá pra pensar em pagar até 300 reais por um bife metido a besta, ainda que (provavelmente) valha cada centavo.
Como sou um pesquisador gastronômico amador, resolvi cravar o pedido em um menu básico comparável com o Rubayat, o concorrente mais famoso. Fui de picanha nobre, arroz biro-biro e batata sauté. A carne empatou: as casas se equivalem, no meu paladar, como detentoras do título de melhores do Brasil no quesito. A batata sauté do Rubayat é melhor, mais viva. E o biro-biro do Varanda (uniqueness) ganhou do seu criador mais famoso: mais molhado, saboroso, crocante. Foi a surpresa do dia.
Mandei um Catena Malbec pra acompanhar, meia garrafa, e a harmonia se fez, como esperado. De sobremesa, um mix de doces que não deixou lembranças. O café me fez pensar que o Rubayat ainda está um dedo à frente, mas relevei.
A conta doeu: 300 pilas, para dois, sem muito choro. Os preços de SP, como já postou o João, estão abusivamente indecentes.
Varanda Grill - Rua General Mena Barreto, 793 tel 3887 8870.
Quando abri o cardápio e bati o olho nas diversas variedades de kobe beef, fiquei macho e ensaiei um pedido ousado. Mas o bolso pinicou por baixo da calça e eu fiz uma retirada estratégica para o lado menos ofensivo do cardápio. Não dá pra pensar em pagar até 300 reais por um bife metido a besta, ainda que (provavelmente) valha cada centavo.
Como sou um pesquisador gastronômico amador, resolvi cravar o pedido em um menu básico comparável com o Rubayat, o concorrente mais famoso. Fui de picanha nobre, arroz biro-biro e batata sauté. A carne empatou: as casas se equivalem, no meu paladar, como detentoras do título de melhores do Brasil no quesito. A batata sauté do Rubayat é melhor, mais viva. E o biro-biro do Varanda (uniqueness) ganhou do seu criador mais famoso: mais molhado, saboroso, crocante. Foi a surpresa do dia.
Mandei um Catena Malbec pra acompanhar, meia garrafa, e a harmonia se fez, como esperado. De sobremesa, um mix de doces que não deixou lembranças. O café me fez pensar que o Rubayat ainda está um dedo à frente, mas relevei.
A conta doeu: 300 pilas, para dois, sem muito choro. Os preços de SP, como já postou o João, estão abusivamente indecentes.
Varanda Grill - Rua General Mena Barreto, 793 tel 3887 8870.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Overpriced
Não sei qual é a melhor tradução para essa expressão em Português, acho que vou com o bom e velho "caro"! Ontem, no "afã" de explorar e descobrir algum canto novo em SP, fui experimentar o tal do Serafina. Filial da rede norte americana que faz o maior sucesso em Manhattan - veio pra SP meio que nem o PJ Clark's. A principal diferença, na minha opinião, é que neste caso os gringos quiseram tirar o pé da lama.
Recentemente uma reportagem comparava os preços do Serafina tupiniquim com os do original. Claro, os mais ricos pagam mais, ou seja, os daqui são muito mais altos! A justificativa? A mesma da indústria automobilística: impostos... Mas assim como na indústria automobilística, fazendo-se as contas, percebe-se que os impostos são altos, mas o mais alto mesmo é a vontade de ganhar uma bela margem.
Ontem eu estava básico e resolvi comer um gnocchi com grana padano. Estava bom, mas o grana padano passou longe dali. Bebi um honesto malbec argentino e comi uma focaccia de entrada. Por este banquete paguei R$100,00 a cabeça. Aparentemente, pela fila de espera de ontem, a maioria não pensa como eu.
E eu achando que uma refeição de 100 Euros na Itália era cara. Lá, pelo menos, o prato vinha coberto de trufas e o vinho era um Brunello. O negócio é mesmo abrir um restaurante. Soderi, pelo amor de Deus!!
Serafina - Alameda Lorena, 1705B, Jardim Paulista, São Paulo
Recentemente uma reportagem comparava os preços do Serafina tupiniquim com os do original. Claro, os mais ricos pagam mais, ou seja, os daqui são muito mais altos! A justificativa? A mesma da indústria automobilística: impostos... Mas assim como na indústria automobilística, fazendo-se as contas, percebe-se que os impostos são altos, mas o mais alto mesmo é a vontade de ganhar uma bela margem.
Ontem eu estava básico e resolvi comer um gnocchi com grana padano. Estava bom, mas o grana padano passou longe dali. Bebi um honesto malbec argentino e comi uma focaccia de entrada. Por este banquete paguei R$100,00 a cabeça. Aparentemente, pela fila de espera de ontem, a maioria não pensa como eu.
E eu achando que uma refeição de 100 Euros na Itália era cara. Lá, pelo menos, o prato vinha coberto de trufas e o vinho era um Brunello. O negócio é mesmo abrir um restaurante. Soderi, pelo amor de Deus!!
Serafina - Alameda Lorena, 1705B, Jardim Paulista, São Paulo
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