quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nou, nou...

O Nou é um pequeno restaurante localizado em Pinheiros, perto do Pirajá e do Brigadeiro. Tem um cardápio interessante, bons preços e é bastante concorrido no almoço, nos dias de semana.

A proposta não é original: comida de bistrô, variada sem ousadias, mas relativamente bem executada pelos cozinheiros da casa. É uma oa opção para um executivo mais sofisticado, sem cometer atentados contra o bolso. Mas não espere suspirar de alegria com um menu desgustação surpreendente: é básico, com algum charme.

A entrada foi uma saladinha de folhas com molho mostarda. Ponto. Acompanhou uma torrada com alichela (ou algo assim) que dormiu no forno alguns minutos a mais do que deveria. Ou era de ontem...

O prato principal foi um risoto de limão siciliano com milanesa de vitela. A vitela estava deliciosa, crocante e bem macia. Salvou o prato. Mas o risoto veio seco e duro, imperdoavelmente fora dos padrões para um prato tão simples. Como sobremesa, abacaxi com raspas de limão. E daí?

Bom, até pela frequência jovem e bonita, pelos preços razoáveis (algo em torno de 60 per capita, sem vinho), vale como opção executiva para uma sexta feira sem maiores pretensões (ou inspirações).

Nou - Rua Ferreira de Araújo, 419 - tel 2609 6939

Uma proposta diferente

Baixei no Vito para um almoço executivo (de 3 horas...), matando a vontade de conhecer o trabalho do jovem chefe André Mifano. O restaurante é minúsculo, não dá para ir sem reserva, não tem manobrista e oferece um cardápio autoral que vai do óbvio (como pasta com molho de tomate e majericão) ao inusitado.

Fui de inusitado, claro. De entrada, a grande vedete do dia: polenta branca italiana com gema mole, gran padano e azeite trufado (uniqueness). Vale voltar lá só pra comer de novo. Adoro poleta, deve ser coisa da infância (dizem, e eu acredito, que nossa memória gustativa da primeira idade dita nossos gostos culinários pelo resto da vida). Mas essa polenta estava muito boa, mesmo.

Como prato de resistência, pedi a famosa barriga de porco com risoto de maça verde. Gostoso, saboroso, mas pesou um pouco pelo resto do dia. E o risoto estava menos molhado do que deveria, para o meu paladar. O detalhe é o manual de instruções ditado pelo garçon quando serve o pedido - "o chefe recomenda que não tempere a salada, que pique o torresmo com as mãos sobre o risoto, para dar crocância ao prato", entre outras bobagens.

Um honesto tinto italiano (pedido por um amigo, em taça, não me lembro o nome), completou o cardápio. De sobremesa, pedi uma inusitada torta de aborinha com glacê, regada com azeite. Interessante, mas um tanto pesadinha.

Como convidado educado que sou, não vi o total da dolorosa conta, mas calculo que girou em torno de 80 paus por pescoço, o que é razoável.

Vito - Rua Pascoal Vita, 329 - tel 3032 1469

Grelha de primeira linha

Merecidos os prêmios oferecidos ao Varanda Grill como uma das melhores churrascarias de São Paulo. Eles pilotam muito bem a grelha a carvão e trabalham com carnes de primeiríssima linha.

Quando abri o cardápio e bati o olho nas diversas variedades de kobe beef, fiquei macho e ensaiei um pedido ousado. Mas o bolso pinicou por baixo da calça e eu fiz uma retirada estratégica para o lado menos ofensivo do cardápio. Não dá pra pensar em pagar até 300 reais por um bife metido a besta, ainda que (provavelmente) valha cada centavo.

Como sou um pesquisador gastronômico amador, resolvi cravar o pedido em um menu básico comparável com o Rubayat, o concorrente mais famoso. Fui de picanha nobre, arroz biro-biro e batata sauté. A carne empatou: as casas se equivalem, no meu paladar, como detentoras do título de melhores do Brasil no quesito. A batata sauté do Rubayat é melhor, mais viva. E o biro-biro do Varanda (uniqueness) ganhou do seu criador mais famoso: mais molhado, saboroso, crocante. Foi a surpresa do dia.

Mandei um Catena Malbec pra acompanhar, meia garrafa, e a harmonia se fez, como esperado. De sobremesa, um mix de doces que não deixou lembranças. O café me fez pensar que o Rubayat ainda está um dedo à frente, mas relevei.

A conta doeu: 300 pilas, para dois, sem muito choro. Os preços de SP, como já postou o João, estão abusivamente indecentes.

Varanda Grill - Rua General Mena Barreto, 793  tel 3887 8870.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Overpriced

Não sei qual é a melhor tradução para essa expressão em Português, acho que vou com o bom e velho "caro"!  Ontem, no "afã" de explorar e descobrir algum canto novo em SP, fui experimentar o tal do Serafina.  Filial da rede norte americana que faz o maior sucesso em Manhattan - veio pra SP meio que nem o PJ Clark's.  A principal diferença, na minha opinião, é que neste caso os gringos quiseram tirar o pé da lama.

Recentemente uma reportagem comparava os preços do Serafina tupiniquim com os do original.  Claro, os mais ricos pagam mais, ou seja, os daqui são muito mais altos!  A justificativa?  A mesma da indústria automobilística: impostos...  Mas assim como na indústria automobilística, fazendo-se as contas, percebe-se que os impostos são altos, mas o mais alto mesmo é a vontade de ganhar uma bela margem.

Ontem eu estava básico e resolvi comer um gnocchi com grana padano.  Estava bom, mas o grana padano passou longe dali.  Bebi um honesto malbec argentino e comi uma focaccia de entrada.  Por este banquete paguei R$100,00 a cabeça.  Aparentemente, pela fila de espera de ontem, a maioria não pensa como eu.

E eu achando que uma refeição de 100 Euros na Itália era cara.  Lá, pelo menos, o prato vinha coberto de trufas e o vinho era um Brunello.  O negócio é mesmo abrir um restaurante.  Soderi, pelo amor de Deus!!

Serafina - Alameda Lorena, 1705B, Jardim Paulista, São Paulo