terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Os Grandes Também Erram!

Pois é...  Fui almoçar na Lanchonete da Cidade hoje...  E apesar de ser uma Terça Feira, a semana de Natal permite um choppinho só pra deixar a tarde divertida.  Ainda mais lá...  Achando que iria tomar um chopp da Brahma bem tirado, geladinho, no melhor estilo Original.  Pasmem!  Não é que faltou chopp na Lanchonete da Cidade?  Uma catástrofe, o grupo que elevou o padrão do chopp no Brasil para outro patamar, que é uma de minhas maiores referências no business, ficou sem o carro chefe?

Pra nós vermos que até os grandes, de vez em quando, erram.

De qualquer jeito uma pena terminar o ano com uma notícia ruim.  Quem sabe esse é o indício de que começaremos 2010 muito, muito bem?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Por que é que eu fui gostar de comida Mexicana?

Não tem o menor fundamento.  Não tenho qualquer tipo de ligação com o México, seja em ascendência, seja no lado sentimental, enfim, nunca nem sequer pisei em terras mexicanas.  E mesmo assim me incomoda o fato de ser uma dificuldade tremenda encontrar comida Mexicana de boa qualidade em SP.  Em postagens antigas, eu já declarei que tinha desistido deles depois de uma ida ao El Mariachi, um endereço que um dia já teve boa comida.

Bom, neste final de semana passado veio a sugestão da minha mulher de ir a um Mexicano indicado por uma amiga dela.  Não tinha nenhuma idéia melhor para o almoço, topei.  O local se chama Viva México!, fica na Fradique Coutinho.  É minúsculo, tem poucas mesas e você sai de lá com o cheiro da comida (já que as mesas ficam muito próximas da cozinha), mas não é que é bom?  Aleluia irmãos!!

Comida mexicana de raiz, nada de tex mex.  Comecei com uma entrada de chili e nachos, com uns 5 tipos diferentes de pimentas.  Interessante para fazer experiências, as pimentas são muito saborosas.  E aí veio o prato principal: Taco.  Só que o Taco de verdade vem com a tortilha mole, não com aquela que parece um Doritos gigante.  Os ingredientes vêm todos separados e você monta ele no seu prato do jeito que preferir.  Bom, eu misturei tudo, não quis deixar nada de fora...  Primeiro a tortilha, depois a carne (filet grelhado, no ponto, cortado em tiras), aí o feijão que vem como um tutu, cebola, tomate picado, coentro, aquele creme de leite meio azedo (no tex mex, sour cream), as pimentas e, por fim, até o guacamole (eu nunca tinha comido guacamole e gostado).  Não é que ficou bom?  Um dos melhores que eu já comi e este, aparentemente, Mexicano genuíno.

Saí de lá feliz.  Só a cerveja mexicana é que é intragável.  Fui de Stella Artois, no gargalo, bem gelada.  Nada de Corona, Dos Equis ou qualquer outra porcaria aguada e amarga.  É que eu não estava no clima, mas nunca vi tanta marca de tequila...

Até que enfim uma opção para matar aquela vontade que vem a cada 5 anos!

Viva México! - Rua Fradique Coutinho, 1124, Vila Madalena - SP

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Bonita camisa, Fernandinho


Semana profícua esta... Dois cardápios masculinos (ui!) e com um traço comum:  um eixo estruturante (eita!) baseado em sabores fortes, marcantes.

Almoço de sexta no Nello´s, velho italiano da década de 70, enfiado entre Pinheiros e Vila Madalena. Como entrada, uma deliciosa Puntarelle a la Romana, salada de catalônia com molho de alici. Abertura perfeita para o prato principal, tradicionalíssimo da casa quase quarentona: Fígado a la Veneziana. É iguaria pra quem gosta, é pra macho.  Filetos de fígado ao vinho com cebola e arroz (uniqueness!). Pra mim, é de voltar no tempo, à casa da nonna. Só faltou uma polenta mole pra acompanhar. De sobremesa um tarfufo de tirar o fôlego (uniqueness 2 !!!).

Dois dias antes, fui experimentar um novo prato do Pasquale. O recém criado Mollica, que pedi para regar meu spaghetti tradicional. Coisa prá homem! Catalônia (opa, de novo!), alho, pimenta, alici (!) e migalhas de pão, regados com azeite em abundância. Forte, marcante, um show de sabores que se misturam harmonicamente na boca, do amargo ao picante, com o veludo do azeite para amarrar tudo. Confesso que deconhecia essa combinação gostosa da catalônia com alici, presente nos dois destaques deste post.

Aí vem a pergunta: que raio de título é esse? O Nello, dono do restaurante, é um ator das antigas, que acabou ficando famoso como garoto propaganda de camisa US TOP, na década de 70, começo dos 80. Quem é mais velhinho vai lembrar do velho meio mafioso que puxava o bordão... Bonita camisa, Fernandinho... (http://www.youtube.com/watch?v=b1YhFvgx0M0).

Nello´s - Rua Antonio Bicudo, 97 - Pinheiros (www.nellos.com.br)
Pasquale - não vou repetir. Olha os posts antigos...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estamos virando Norte Americanos...

Viajei a trabalho...  Normalmente não concedo tempo, nessas oportunidades, a pequenas indulgências, até porque na maior parte das vezes estou sozinho e prefiro ir dormir.  Dessa vez saí do meu "procedimento padrão" e resolvi explorar a praça gastronômica local de São José dos Pinhais, no Paraná.

Confesso que não fiz isso "out of thin blue".  Eu na verdade recebi uma "forte recomendação" de não jantar no hotel que eu estava hospedado e aí a necessidade me puxou para o desafio.  Encontrar um bom restaurante (bom porque já que eu teria que sair do hotel, não fazia sentido ir em algum lugar mais ou menos) me parecia uma tarefa bastante difícil de ser cumprida.  Lógico que eu entrei na internet e pesquisei um pouco sobre São José, quando um nome me chamou a atenção: Madero.  Um grande amigo comentou algo comigo sobre esse restaurante um tempo atrás e eu, na ocasião, pesquisei a respeito e descobri que é baseado na crença de que eles tem o "The Best Burger in the World", sem a menor modéstia.

Fiquei feliz de poder ter um contato com este restaurante em São José.  Até porque, se for mesmo o melhor, tem tudo a ver com o nosso humilde blog...  Mas chega de blábláblá e vamos logo ao que interessa.  A ambientação do lugar é um pouco diferente do que se esperaria de um restaurante que tem como vedete o hamburguer, todo cheio de nove horas, com talheres formais, pratos formais, taças de vinho sobre as mesas.  A iluminação e o ambiente em geral gravitam sobre estes conceitos, portanto, se não lermos o cardápio, acharemos que se trata de um lugar "mais arrumadinho".  O cardápio é simples, com opções de carne, algumas massas, algumas entradas e...  as opções de hamburguer.  O idealizador do local se chama Junior Durski e ele conta, no cardápio, porque ele considera sua criação a melhor da categoria.  O cheeseburger começa com um belo blend de 260 gramas de picanha, fraldinha e bife de chorizo.  Leva uma fatia de cheddar inglês (aí, na minha opinião, um dos pecados - um belo emmental complementaria a carne com muito mais classe) e salada milimetricamente cortada e arrumada entre a carne, o queijo e um pão de hamburguer estilo pão francês, gostoso, crocante.  É clara a influência que ele teve da Lanchonete da Cidade, até na apresentação do sanduíche, que vem enrolado em papel manteiga no melhor estilo Bombom Deluxe.

Estava sozinho, acabei complementando tudo com um chopp (Brahma, ponto positivo, muito bem tirado e geladésimo) e vou dizer...  Se é o melhor do mundo eu não sei (essa categoria é muito ampla), mas está realmente no meu top five (já descontado o fato de que o queijo não ajuda tanto).  O que o diferencia dos outros é a carne, realmente a combinação que ele inventou é maravilhosa - perfeita, saborosa e molhadinha não de gordura (como na Hamburgueria Nacional), mas do próprio "suco" da carne - que é preparada na grelha com lenha.

Repetirei no futuro próximo, conforme eu tenha oportunidade, já que não há uma loja deles em SP e recomendo a quem for a Curitiba, Balneário Camboriú ou Goiânia.

JLN

Restaurante Madero - Rua Jaime Reis, 254 - São Francisco - Curitiba, PR

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Troque seu Kibon por um desses



É um lugarzinho pequeno, quatro ou cinco mesas de plástico, meia dúzia de freezers espalhados, uma única atendente no caixa, nenhum maldito cesto de lixo e... uns 50 sabores de sorvetes, picolés na maioria. O povo se amontoa na calçada e vai escolhendo os palitos.

Fica difícil chupar um só... Quem gosta dos sabores manjados, até encontra um de chocolate, uva, limão ou côco. E pára quase por aí. Legal é explorar as muitos frutos do norte e nordeste do país, além de algumas invenções deliciosas que acabei provando num tarde de mais de 30 graus. Umbu, tapioca, cajá, tamarindo, graviola... Destaco três sabores: o conhecido caju, cujos fiapos saem na boca; o de abóbora com côco (tomei dois...) e o de groselha, muito bom. O de tapioca, de massa, deveria compor alguma sobremesa. Vou pensar no caso.

O nome da sorveteria é Frutos do Cerrado - e merece toda a nossa atenção e  reverência, principalmente nos domingo tórridos que vão se repetir deste novembro pra frente.

Frutos do Cerrado - Rua dos Pinheiros, 320 - Pinheiros

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Melhor aqui do que lá

Dia desses fui almoçar no Colher de Pau, típico nordestino instalado no Itaim. Havia conhecido a casa em Fortaleza, anos atrás, e a experiência foi bem mais-ou-menos... Lá no Nordeste, vestido de turista, mergulhei nos pratos típicos e descobri que, pelo menos por lá, impera a ditadura do coentro. Tudo, da moqueca à caipirinha, leva esta bendita erva, que transforma qualquer prato numa coisa só: em coentro...

Tem coisas que deveriam vir com um aviso estampado: use com moderação. Incluo neste rol de produtos "perigosos" os perfumes, o cominho e o tal coentro. Quando voltei ao Colher de Pau, agora em SP, me preparei para pedir algo que não tivesse o ingrediente. Como lá os pratos são para duas pessoas, acabei cedendo ao desejo do meu colega de mesa e caímos justamente numa típica Carne de Sol desfiada...

No cardápio, o prato vem com a descrição detalhada e traz em destaque, quase que como uma advertência, que a receita tem a erva maldita (a medida que escrevo, a raiva aumenta): carne de sol desfiada puxada na manteiga de garrafa, cebola roxa em rodelas, servido com baião de dois (coentro), paçoca, banana frita, batata doce e macaxeira.

A surpresa foi que, ao contrário do que eu imaginava, o cozinheiro da filial São Paulo não carregou a mão no tempero e o prato acabou descendo maravilhosamente bem. A mistura da carne de sol com o baião de dois, regado duplamente com manteiga de garafa, tem que entrar na lista de manifestações culturais tombadas pelo patrimônio histórico nacional.  A coisa combina bem, tem uma regionalidade harmonica, usa com sabedoria (sem coentro) os ingredientes simples da nossa terra, como o arroz, a carne seca, o feijão verde, a mandioca, a banana...

Enfim, a experiência paulistana reposicionou o restaurante no meu conceito gastronômico. Não recomendo para quem está brigando com o peso - o que é o meu caso -, mas deste prazer só abro mão quando a balança bater nos 200.

Colher de Pau - Rua Dr. Mario Ferraz, 563 - Itaim Bibi

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Detalhes. Detalhes?


A Vinheria Percussi, em Pinheiros, é notadamente um dos melhores italianos da cidade. Tem um  cardápio esmerado, sofisticado e muito bem executado pelas mãos da Silvia Percussi, que pilota a cozinha da casa. A carta de vinhos é bem montada e o lugar, agradabilíssimo.
Frequento o restaurante da Conego Eugênio Leite há uns 6 ou 7 anos. Intensifiquei minhas visitas desde que começamos a trabalhar com um fornecedor estratégicamente instalado na mesma rua, o que quase me obriga a marcar reuniões que começam ou terminam com almoços naquele lugar...
Semana passada almocei por lá. Normalmente, pediria um risotto ou uma carne de cordeiro com polenta, minhas preferências no menu, mas resolvi experimentar - pela primeira vez! - uma massa da Vinheria. Na verade, escolhi o prato executivo do dia, que oferecia duas opções: entrada com salada verde e brusquetta, nhoque ao sugo ou polenta com ragu de vitela, e sobremesa. Convenci o garçom a me trazem um pouco de cada e ataquei primeiro a polenta com ragú, bem gostosa, apesar de achar que a polenta poderia estar um tantinho mais mole, para absorver melhor o molho da carne. Passou com um 7 e meio.   
O nhoque foi surpreendente. Uma das melhores massas de nhoque (uniqueness!) que já provei. Deliciosa, leve, escandolsamente suave e saborosa. Aí veio o escorregão imperdoável... O molho de tomate estava longe, mas muito longe do capricho e da qualidade da massa. Estava meio ácido, ralo, sem graça. Quase estragou o prato. Uma pena... Levou 10 na pasta e meio no molho.
Prefiro acreditar que erraram na mão naquele dia, pois não dá pra conceber um restaurante daquele quilate, com foco na cozinha italiana, que não sabe fazer um molho de tomate decente.
De qualquer forma, a Vinheira continua entre meus top 10 da cozinha italiana de SP.


Complementando o post do Soderi...  Minha ida à Vinheria aconteceu na última Restaurant Week.  Fui lá sem recomendações ou indicações e fiquei bem feliz.  Escolhi um dos itens da Restaurant Week, que era o Spaghetti ao ragu de ossobuco.  Execução perfeita, Spaghetti al denti, com o ossobuco desfiado em molho de tomate super suave.  Mas o que me chamou a atenção mesmo foi o prato que minha mulher escolheu, o Risotto de limão siciliano com ragu de funghi. ESPETACULAR! Talvez o melhor que eu já comi.  Perfeito, al denti no ponto, com sabor de limão siciliano na medida e o funghi sem sobrepor o sabor, perfeito com queijo parmesão.  Incrível.  Quase mandei trocar meu prato.
De quebra ainda descobri um vinho muito, muito bom, com preço honesto: um Farnese Montepulciano Casale Vecchio 2006 - eu não sei dizer se é amadeirado ou frutado, ou se tem fundo de pele de camelo ou taninos acentuados...  O que eu sei é que, como os outros Farneses que eu experimentei, ele é delicioso e desceu fazendo carinho na garganta - um dos melhores que eu já tomei.


JLN 


Vinheria Percussi - Rua Cônego Eugênio Leite, 523 - Pinheiros

domingo, 20 de setembro de 2009

Melhores de SP 2009/2010

A Vejinha publicou agora seu ranking dos melhores bares e restaurantes SP em 2009/2010.
Deixo meu registro de reconhecimento e admiração por dois mui queridos premiados, mais uma vez, nesta edição: salute Pasquale, salute Yokoyama.  

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não Deixe para Amanhã o que se Pode Fazer...

Oggi! Uma descoberta! E uma boa descoberta nessa minha "fase vinhos". Bom, minha vida acabou depois que eu bebi o Farnese Edizione - um vinho italiano feito com cinco uvas da região de Abruzzi. Eu era feliz e não sabia. Daí pra frente foi ladeira abaixo, resolvi ler o "Billionaire's Vinegar" que conta uma boa parte da história dos vinhos franceses e desde então esse tem sido um ralo de dinheiro... Mas voltando ao objeto do post, o Oggi é um restaurante diferente. Ele fica numa espécie de vila em plena Av. Faria Lima e é colado a uma loja de vinhos, por sinal muito boa, que se chama Gran Vin. Ele se destaca por duas características, inicialmente: por ter um cardápio com sugestões de harmonização (uma lista de vinhos sugeridos para cada prato do menu) e por você poder comprar o vinho na loja (com o preço de loja e não de restaurante) e levá-lo à mesa.

Na primeira vez que estive lá, pedi o famoso filet mignon com risotto e tive uma surpresa...  Fazia tempo que não comia uma versão tão caprichada desse prato tão simples.  O molho de vinho com o sabor no lugar certo, com aquele fundinho adocicado, o filet grelhado no ponto exato, ainda molhado e o risotto consistente e al dente como poucos que comi em restaurante - tudo isso acompanhado de um serviço primoroso, num nível de atenção que há muito tempo não via.  Enfim, receita certa para retornar.  Na segunda vez que fui, pedi um prato do festival de polentas deles: polenta mole com ragú de vitela.  Não sei dizer o que era melhor, se eu estava com saudades do filet ou se aquela polenta era a mais perfeita que já tinha pousado em meu prato.  Enfim, mais argumentos para voltar lá e tirar a prova.

E último detalhe, me chamou a atenção a cozinha exposta deles, onde se pode ver os pratos sendo finalizados.

JLN

Oggi Cucina & Vino - Av. Faria Lima, 4.433, Vila Olímpia - (11) 2843-8888

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pra quem não gosta de peixe

Sempre fui muito resistente a incorporar peixes, crustáceos & afins no meu cardápio. Desde criança, o gosto de mar nunca caiu bem ao meu paladar. Comecei a quebrar esta barreira sem sentido já velho, com algumas experiências bem sucedidas em alguns restaurantes onde não havia outra possibilidade de escolha.

Um desses restaurantes é o Compagnia Marinara, no Alto de Pinheiros. Já era um comensal até que regular de alguns pratos "aquáticos", mas nunca havia encontrado um lugar que justificasse trocar uma massa ou carne por um peixinho qualquer. Há dois anos fui convidado para um almoço de negócios neste endereço. Até havia opções de alternativas aos pescados, mas achei que seria uma boa oportunidade para ampliar meu leque de experiências neste segmento - até porque trata-se de um restaurante especializado no tema. Experimentei um peixe simples, muitíssimo bem feito, que classifico como a melhor porta de entrada para os que (ainda) são resistentes ao cardápio "aquático".


Este prato é o meu uniqueness deste post. Trata-se de um simples e delicioso Filé de Pescada Siciliano. Duas postas grossas de pescada branca (às vezes substituida por Linguado), acompanhadas de um molho a base de limão siciliano, azeitonas verdes, batatas e azeite de oliva. Numa pequena panelinha de bronze, à parte, vem um saboroso refogado de escarola, que orna perfeitamente com o prato. Para acompanhar, recomendo um Chardonay argentino, da Angela Zapata, preferencialmente das safras 2005 0u 2007. Um belo, simples, leve e saboroso prato para quem não quer sair pesado da mesa, ainda mais num dia de semana. Estive por lá umas 2 ou 3 vezes depois dessa primeira experiência - e repeti o mesmo cardápio...


Continuo sem suportar a idéia de comer camarão, peixes ensopados ou o indefectível salmão ao molho de qualquer coisa, mas já posso dizer que gosto de pescados. Não gosta de peixe e quer corrigir essa falhade caráter gastronômico? Experimenta este prato.


Compagnia Marinara - Av. São Gualter, 777 - Alto de Pinheiros - SP

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Chutando o "poste" da Barraca...

Aproveitando o embalo da ida do Soderi ao Parigi, resolvi contar uma historinha que inicialmente não iria postar... Não quero parecer arrogante ou nada do tipo, por isso pensei 10 vezes antes de postar isso.

Mas como o propósito do nosso singelo e humilde blog é investigar, vamos a mais esta experiência.
Esse tem sido um ano interessante para mim, do ponto de vista turístico. Tive a oportunidade de rever Nova Iorque no início do ano e agora em Julho, graças à portaria da ANAC que abriu concorrência nos preços de passagens internacionais, pude ir a Paris. Estive em Paris apenas uma vez antes, em 1997, mochilando. Me acabei de comer croissant e crepe. Dessa vez decidi que seria um pouco melhor... Nada contra os croissants e os crepes.

Vamos ao que interessa. Fiz uma extravagância gastronômica do maior calibre possível sem pensar no rombo do cartão de crédito depois, afinal, como diz o ditado do viajante, "quem converte não se diverte." Resolvi que experimentaria a tal da Haute Cuisine francesa, pra entender os porquês de falarem tanto dela. Pesquisei alternativas, ponderei avaliações, pensei bastante e o restaurante escolhido foi o L'Atelier de Joël Robuchon. Bom, esse senhor é um dos poucos Chefs 3 estrelas do Guia Michelin (depois eu posto sobre isso, pra explicar um pouco do que se trata). Em Paris ele tem três restaurantes. Um dos motivos desse ter sido o escolhido é o fato de que neste a cozinha é exposta, já que ele não tem mesas, você come sobre um balcão que circunda a área de preparação. Portanto você olha tudo o que acontece e vê os chefs e cozinheiros preparando sua comida - numa cozinha francesa, isso pode ser um espetáculo.

Esse talvez seja o post mais difícil que eu já escrevi, porque tudo, desde a espera no lobby de um hotel, numa rua típica parisiense, foi uma experiência memorável. Ao entrar no restaurante e ver as pessoas lá dentro, preparando inúmeros pratos, como peças de um relógio, silenciosamente e coordenadamente é realmente de arrepiar. Me sentei então na lateral do balcão e me foi entregue o menu. Ele era dividido em duas partes, uma que era a degustação (você seleciona 5 pratos do menu e eles vêm todos em porção reduzida, assim você experimenta um pouco de cada coisa) e a outra que era o menu de fato, com os pratos e opções. Fui para a segunda parte.

Escolhi a entrada, um prato principal e a sobremesa. Pura poesia. Realmente as quantidades são pequenas, mas o prato é preparado como uma obra de arte. Escolhi de entrada o L'oeuf cocotte, dificílimo de explicar. Veio numa taça de dry martini, parecia mais um drink... Achei interessante, algumas texturas diferentes, mas até aí, era ovo. Passei então para o prato principal e aí a brincadeira começou. Bom, num restaurante francês pela primeira vez, eu tinha que pedir o tal do foie gras. O que, nesta pequena iguaria, pode ser tão incrível? Realmente não sei dizer, só sei que o cara que inventou de misturar o tal do fígado de ganso com as trufas da Itália realmente é um dos grandes gênios da humanidade. Aí eu entendi finalmente o porquê do prato ser tão pequeno. Como todo grande prazer na vida, ele dura pouco. Mas vale cada fração de segundo! O purée com trufas era uma coisa indescritível que, quando combinado com os pequenos pedaços de foie gras cuidadosamente cortados por minha faca, criam uma sensação dentro da boca que eu realmente não poderia imaginar, antecipar e/ou reproduzir de outra forma. E para acompanhar tudo isso, claro, um "vinho nacional" de Bordeaux: um Haut Mazeris 2005 cuidadosamente experimentado ao ser aberto pela sommelier da casa que após certificar-se de que o líquido estava bom, despejou-o em taças largas.
Por fim, como se isso fosse possível, veio a sobremesa. Um tipo de eclair bem delicado, com um creme de baunilha inacreditável, coberto por uma fina cúpula de chocolate, que, ao ser servido, recebe uma pequena jarra de mais chocolate quase incandescente. O resultado é que quando o líquido quente encontra a cúpula, ela aos poucos se derrete sobre o eclair. Vou parar por aqui, porque é praticamente uma tortura me lembrar daquilo.

Saí de lá feliz e pobre. Após pagar a fatura do cartão de crédito em prestações, posso dizer que foi, de fato, uma experiência gastronômica que nunca será esquecida - talvez a minha maior.

JLN

L'Atelier de Joël Robuchon - 5, rue de Montalembert, Paris 7th arrondissement.

sábado, 4 de julho de 2009

Paris, belo!


Seguinte: chuto o balde, para fechar em alto estilo o semestre neste blog. Depois de uns dois anos longe de suas mesas, voltei ao Parigi para um business lunch. Almoço longo de sexta-feira, com direito a entrada, dois pratos (santa gula), sobremesa e cafezinho. Pulo as partes modorrentas e repetitivas, normalmente presentes em resenhas dos restaurantes do grupo Fasano, e vou direta aos pontos: um filé de linguado ao molho bernaise, acompanhado de risoto de aspargos, divino como deveriam ser todos os filés de linguado ao molho bernaise. Para beber, um riesling alemão de cair o queixo.

Segundo prato, se é que precisava, foi um filé com foie gras, coberto com molho de trufas. Harmonizado com um Barollo 1995, divino. Sem comentários, sem comparações, sem nada mais além do gosto do banquete que persiste na boca por algumas horas. De sobremesa, o clássico creme brulee, igualmente sensacional.

Entre lágrimas (disfarçadas, para não pegar mal), pedimos a conta - paga pelo amigo convidante, que insistiu para assumir sozinho a despesa. Reclamei por puro charme, mas não achei nada mal, já que a esbórnia passou dos 500 paus...
Parigi - Rua Amauri, 275.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Boa comida carioca

Não muito tempo atrás falávamos que a gastronomia carioca limitava-se a um ou dois restaurantes de hotel, à comida de boteco (que paulistanos importaram, melhoraram e consolidaram como modelo) e ao famigerado Porcão, versão praiana do rodízio multi-carnes (badalado por jogadores de futebol e pagodeiros, caro e inferior ao menor rodízio das marginais de SP).
Mas a capital turística do país virou o jogo de 5, 10 anos prá cá e resolveu tratar melhor do estômago dos que visitam suas paisagens. Entenderam que nem só de praia, biscoito Globo e mate com limão vivem os turistas...
Passei um fim de semana gastronômico no Rio de Janeiro e experimentei dois bons restaurantes, um no Leblon e outro em Santa Teresa. O Garcia & Rodrigues fica na Ataulfo de Paiva, miolo do Leblon. É uma rotisserie/confeitaria com um restaurante no fundo, de cozinha variada e ótima adega de vinhos. Pedi um cordeiro ao molho de ervas, acompanhado de legumes puxados no molho da carne. Bom, quase ótimo. A Fê experimentou um bife de chorizo ao molho bearnaise acompanhado de ótimas batatas fritas. A carne levou 5 e meio (estava meio passada demais) e a batata passou com louvor. Outra boa nota foi o couvert, com pães divinos e patês idem. A sobremesa passou desapercebida (nem lembro o que pedi...). Minha cocnlusão é que trata-se de um restaurante honesto, sem nada excepcional, com uma ótima confeitaria na entrada.
No dia seguinte almocei no Aprazível, em Santa Teresa. A dica número 1 é: esqueça o bondinho e vá de táxi. Você vê o mapa, acha que dá para descer do bonde e andar um pouco a pé até o restaurante e toma um susto. O restaurante fica numa rua que só se sobe com equipamento de alpinista. Agora, o lugar é lindo, muito simpático, bem montado numa casa antiga no alto do morro. O couvert de entrada é um desbunde, com pequenas e deliciosdas porções-de-tudo-um-pouco... O vinagrete de vôngoles, regado com azeite de alho, sobre um pão quentinho poderia ser o prato principal. Pedi uma galinhada caipira: arroz de frango com linguiça mineira, acompanhada de chicória, feijão especial e banana da terra. Muito bom, acima da média. A Fernanda atacou de lasanha campesina: mix de 3 cogumelos e alho poró, ao molho bechamel. Delícia que tentei repetir em casa dia desses e quase acertei. De sobremesa, uma banana ao forno com sorteve e vinho do Porto que não honrou os pratos principais. O restaurante tem um cardápio variado e instigante. Fiquei com vontade de quero-mais...
Só para não deixar passar batido: amobos têm preços de S. Paulo... No primeiro, com couvert, prato principal, sobremesa e um tinto chileno (Casa Carmen), deixei 300 pilas. No do morro, sem vinho e sem contar o táxi, foram 180 paus.

Garcia & Rodrigues - Rua Ataulfo de Piava, 1251 - Leblon - RJ
Aprazível - Rua Aprazível, 62 - Santa Teresa - RJ

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Segunda chance

Há uns três ou quatro anos visitei o Bananeira, no Morumbi. Fui numa noite, na semana da inauguração. Talvez por estar muito no começo da operação, a experiência foi caótica: atendimento ruim, cardápio medíocre, preços desajustados.... Até luz faltou naquela noite.
Como sou um cara do bem e não guardo rancor de ninguém, resolvi voltar lá para o almoço de sábado. Todo mundo merece uma segunda chance...
Aos sábados, pra variar, eles servem um buffet de feijoada. Pulei fora, por motivo já explicado em post anterior - cada um no seu quadrado. Fui num prato regional, carne seca desfiada na manteiga de garrafa com baião de dois (arroz com feijão verde, pimenta biquinho e queijo coalho). Boa apresentação e ótimo sabor. Surpreendente. A Fernanda pediu uma ainda melhor picanha com farofa de banana da terra e palmito pupunha salteado. Carne no ponto e acompanhamentos muito bem executados. Valeu a pedida.
O fechamento foi ainda melhor. As sobremesas ganharam minha menção de uniqueness, em duas versões. Um pout pourri de doces de banana (sorvete, doce cremoso, pastel de banana com canela pé de moleque e creme brule de banana com gengibre) para mim e banana flambada na cachaça e suco de laranja, com sorvete de tapioca e raspas de côco para a Fê. Muito boas e valem a viagem.
A segunda chance do Bananeira abriu uma brechinha de esperança no deserto gastronômico que é o Morumbi...

Bananeira - R. Mal. Hastimphilo de Moura, 417 - Morumbi - SP - www.bananeiramorumbi.com.br

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Boa Proposta, Execução Razoável...

Há umas duas semanas eu e o Soderi resolvemos almoçar em algum lugar novo para os dois. O que faria deste almoço o primeiro post compartilhado do Blog. Já desbravamos juntos (com respectivas famílias) antes, mas na oportunidade não chegamos a um consenso e acabamos não postando. Dessa vez a impressão foi mais homogênea.

O almoço apontou para o Caverna Bugre (onde comeríamos o tradicionalíssimo Filet Alpino - já comentado aqui), mas infelizmente o encontramos fechado para o almoço. Apontamos então para o Pret Café (também já comentado neste humilde e singelo blog), mas antes de chegarmos lá, passamos na frente deste simpático estabelecimento chamado Paris 6. Resolvemos parar.

O local é bonito, bem montado, charmoso. Fica no meio da Haddock Lobo, num endereço simpático. Tem área aberta e outra fechada, para todos os gostos. O dia estava bom, sentamos fora. Logo vem uma bela cesta de pães e o atendimento é excelente. O cardápio é de Bistrô, portanto bastante Francês. Até aquele momento nossas expectativas estavam altas. Pedimos então uma porção de pastéis de brie (o mais próximo que eles têm de alguma coisa de boteco). Vieram excelentes, quentes, crocantes, mas sinceramente, nada de mais. Um bom pastel de queijo. Partimos então para o prato principal. O Soderi pediu um risotto de cogumelos e eu optei pelo Steak Tartar de filet mignon (um clássico de Bistrô).

O Steak Tartar ganhou classificação positiva, já que veio como descrito no cardápio: filet mignon picado em ponta de faca e não moído. Interessante, dá outra textura para o prato. Eu gostei bastante. Faltaram talvez as torradas, neste caso substituídas por batatas fritas.

O prato do Soderi, deixo para ele descrever pessoalmente. E aí você, caro leitor, decide se o custo/benefício está numa proporção aceitável para o seu bolso.
JLN

PS: Um dia eu ainda aprendo a tirar a foto do lugar enquanto eu ainda estou lá...
Experimentei um convidativo e pretencioso Riz de Cépes a L'Huille de Truffes - ou simplesmente risoto de cogumelos ao azeite trufado, como já bem traduziram os franceses radicados em S. José do Rio Pardo... Gostoso, mas com alguns deslizes básicos, na humilde opinião deste comensal. Estava molhado demais, quase ensopado (pressa do franco-cearense Jean Sebastian da Silva, piloto da cozinha?) e o azeite trufado passou muito longe da receita. Pena, pois o prato é simples e prometia honrar a fama dos bons bistrôs franceses. Do resto, endosso os comentários do João: lugar charmoso, bem localizado, cardápio variado, abre 24 horas... Ainda não encontramos um uniqueness que bem classifique o lugar, mas não risco a novidade do meu caderninho de opções. Quem sabe em um novo dia, com uma nova pedida?


Paris 6 Bistrô (24 horas) - Rua Haddock Lobo, 1240. http://www.paris6.com.br

segunda-feira, 23 de março de 2009

Especiarias & cerveja australiana

Fui apresentado à cozinha marroquina pelas mãos de Dinah Doctors, chef e proprietária do restaurante Tanger. Há uns bons 10 anos ela abriu a casa na Vila Madalena e fincou raízes, com sua competência e simpatia. Eu fui amigo do marido dela, Felipe Doctors, um artista caprichoso que nem viu o restaurante nascer e foi-se mais cedo, para fazer arte lá no céu. Ele desenhava peças com tamanho cuidado nos detalhes que era muito difícil não se render às suas criações. Como dizia um famoso taxista baiano que conheci faz tempo, “deus não quer nada mal feito...”.

Sem Felipe, Dinah abriu o Tanger e passou a compartilhar suas receitas marroquinas, como o Cuscuz Royal – único prato que pedi neste restaurante até hoje, nas N vezes que estive por lá. É um desbunde. Tem uma combinação de sabores que somente fazem sentido à luz da milenar cultura árabe-africana. Ë memorável o ritual de saborear o prato, regando-o com o caldo que o acompanha, experimentado as pimentas variadas... tudo isso num cenário muito bonito, ideal para jantares entre casais...

Um outro amigo comum, num desses memoráveis jantares no Tanger, me apresentou uma combinação inusitada: cuscuz (ou cuscus?) marroquino com cerveja. De preferência, cerveja australiana, como a Fosters, que faz parte do cardápio de bebidas do Tanger. Não é que combina?

Tanger – Rua Fradique Coutinho, 1664 – Vila Madalena (www.restaurantetanger.com.br)

Não é pra repetir - ¿Que pasa?

Preços dos restaurantes de SP. O João já trouxe esta pauta ao nosso blog dia desses. Tomei uma tungada sábado retrasado e resolvi voltar ao tema. Se a inflação está de fato sob controle, menos de dois dígitos ao ano, alguém precisa avisar aos proprietários das bodegas que, do jeito que a coisa vai indo, tá ficando cada vez mais difícil “comer fora” nesta cidade.

Acordei com vontade de carne. Sabe quando vc sente o gosto de sangue na boca? Pois é. Vontade brava, quase indecente. Pensei em encarar um rodízio completo. Poderia ter ido ao Fogo de Chão, escolha óbvia. Resolvi experimentar (afinal, o espírito deste blog é investigativo, não?). Peguei a Rebouças congestionada e desci no Vento Haragano. Fazia tempo que queria experimentar os assados dessa casa argentina.

Bons cortes, ótimo atendimento, mas sem nenhum destaque, nenhum uniqueness. Nem o famoso (?) arroz carreteiro (que só vem à mesa se vc pedir ao garçom) vale a viagem e a Rebouças. Momento marcante é a conta: 260 paus, incluindo 10% de serviço, para um almoço com dois comensais. Sem álcool. O rodízio custou 85 dinheiros por cabeça. Sobremesa, um insosso creme de papaya, 20 paus cada taça. Refrigerantes, cafezinho, 10%... Quase trezentas pilas para um almoço mais-ou-menos? Deveria ter ido ao Fogo de Chão. Lá somos roubados conscientemente. Sabemos que cada garfada de picanha vai custar uns 20 mangos. Mas vale a pena. Esse Vento Haragano, como diz a avó do João, não é pra repetir.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Não tinha que ser Einsbein?

Eu tenho um pouco de medo de falar aqui deste restaurante. Pode parecer batido, mas ultimamente tenho visto muita gente que não o conhece, por incrível que pareça. É o famoso Steiner, ou para os íntimos, "Alemão de Itu".

O engraçado deste restaurante é que ele ficou famoso não pelos pratos alemães, mas por um prato italiano que, como dito pelo Soderi, virou lugar comum. O difícil é encontrar alguém que se diferencie justamente por ele, o famigerado Filet à Parmegiana. Esse é o Steiner.

Talvez o segredo deles esteja na preparação do prato: eles colocam a peça de filet mignon de pé e martelam de cima, até ela se abrir. Só depois é empanado e levado ao forno com muzarella, parmesão e muito, muito molho de tomate. Chega na mesa boiando no molho e com o queijo praticamente líquido por cima. Uma bandeja serve 4 pessoas famintas com sobra - acompanham o arroz branco e as batatas fritas.

Talvez seja pelo Chopp, que recentemente resolveu prestigiar Itu e mudou para Schin... Mas sabiamente mantiveram o Antarctica no cardápio. Dos melhores que se pode tomar, colarinho espesso, leve como um chá de cevada.

Talvez cada um tenha seu motivo, mas o importante é que merece ser experimentado por todos. É um programa excelente para o almoço de Sábado - ir até Itu comer no "Bar do Alemão".

JLN

Bar do Alemão - Steiner
Rua Paula Souza, 575, Centro - Itu
Rua Benjamim Constant, 1969, Cambuí - Campinas
Av. Juriti, 651, Moema - São Paulo (5052-8333)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

4. A Ignorância é uma Benção


O melhor cookie do mundo, infelizmente, fica em Nova York. Já quis começar assim porque é realmente frustrante saber que lá tem alguma coisa tão boa para a qual, por motivos geográficos, não temos acesso quando bem entendemos (a não ser que você, leitor, more em Nova York).

Essa pequena confeitaria, chamada Magnolia Bakery, fica numa esquina, sem chamar a atenção. Na verdade, a única coisa que chama a atenção nela é a fila que fica na porta. Dá volta no quarteirão, se você não sabe o que tem lá, chega a achar que estão dando alguma coisa de graça. Por dentro ela é bem simples, o foco todo está nos bolos, pudins e cookies. A ambientação toda é de cozinha, com fornos, batedeiras, balcões de madeira e várias e muitas confeiteiras trabalhando freneticamente.

Eu tenho um fraco pra bolo, confesso que foi uma tortura entrar lá. A escolha recaiu sobre os cupcakes (pequenos bolos tipo bebezinho com os mais diversos cremes por cima) e sobre os cookies. Experimentei primeiro os pequenos bolos, excelentes, mas um pouco enjoativos por causa das coberturas (nos EUA eles chamam de Icing) que, como não levam brigadeiro ou leite condensado, acabam ficando com um gosto muito forte de manteiga.

O momento pra ser lembrado foi a primeira mordida no cookie. O escolhido foi um de Brown Sugar (açúcar mascavo). Nunca comi nada parecido nesta “categoria gastronômica” (se é que biscoito é categoria...). Pra começar, a massa é crocante e ao mesmo tempo macia, dá a impressão de que ele acabou de sair do forno e por isso ainda não está totalmente “duro”. O sabor é uma mistura de baunilha com mel e amêndoas difícil de descrever! Dá vontade de comer um pote inteiro sem parar. Eles não são enjoativos, muito pelo contrário, são super leves. Eu ainda experimentei o de White Sugar (açúcar branco) que tem o mesmo fundo de baunilha e amêndoas, mas menos gosto de mel. Nunca mais me esqueço daquele sabor.

Quem for para Nova York tem que colocar essa pequena loja como parada obrigatória. Ou talvez não, afinal, dizem alguns sábios que a ignorância pode ser uma benção.

JLN

The Magnolia Bakery - 401 Bleecker Street New York

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

3. A Incessante Busca pela Itália

Já é notório aqui no nosso pequeno e singelo Blog que este que vos escreve é um profundo apreciador e experimentador da culinária italiana contemporânea.  Pois bem, Nova York tem uma rica história italiana (vide o Poderoso Chefão... rs) e ela deve ser pesquisada e experimentada.  Ainda que desta vez em apenas uma oportunidade, mas não poderia deixar de visitar algum dos templos da comida italiana na Big Apple.

Munido de uma grande dica (essa não da minha irmã) fui lá, procurar um tal de Carmine’s. Em Manhattan são dois endereços, sendo um no buxixo e outro mais afastado – esse foi o escolhido, até porque é a casa original.  Chegando lá, a aparência de restaurante familiar, com um grande bar na entrada, servindo cocktails, cervejas e qualquer outro tipo de bebida.  O interessante nos EUA é que, enquanto você espera, se beber, paga na hora.  O bar é o bar e o restaurante é o restaurante, parecem dois estabelecimentos separados.  Era almoço, fomos na cerveja.  Bebi um chopp Samuel Adams que estava uma delícia, apesar dos copos serem grandes demais deixando a bebida esquentar.

Chega nossa mesa.  Ambiente familiar, cara de cantina, não daquelas que estamos acostumados em SP, com coisas que até Deus duvida penduradas no teto.  Uma decoração italiana mais discreta, mas bastante elaborada – fotos de Raimundo e todo mundo nas paredes junto com o cardápio completo em algumas partes.  Como escolhemos um endereço distante, praticamente éramos os únicos turistas no restaurante, cheio de famílias “Ítalo-novaiorquinas” em mesas sempre de mais de 10 pessoas (era um sábado).  Obviamente bastante barulho, me senti em casa.

O cardápio é recheado de massas com molho vermelho, o forte da casa.  A escolha recaiu sobre um prato simples, mas que mostra a qualidade do restaurante.  Spaghetti ao molho de tomates e polpettes.  Parece trivial demais, mas o spaghetti é uma massa complicada, deixá-la ao dente (sem contar a qualidade do grano duro) é quase uma arte.  O molho de tomate, o primeiro que eu como fora do Brasil que não é ácido demais e seco ou doce por causa do açúcar pra tirar a acidez. Ainda alguns lugares capricham na pimenta pra compensar a pobreza dos temperos.  O molho estava impecável.  Grosso, mas não seco, sabor forte de tomates e azeite, condimentos na medida certa e zero acidez.  Parecia uma orquestra com a massa.  E os polpettes, um fenômeno!  Apesar de grandes, eram macios, mas sem vestígios de pão com leite dentro (uma técnica interessante, mas não utilizada nesse restaurante).  Cozidos no molho de tomate, caem com o spaghetti como se fossem feitos um para o outro.  Enfim, um prato simples, mas perfeito!  E gigante!  Junto com o pão italiano e um outro que vem com molho de tomate por cima na entrada, não houve espaço pra sobremesa.  Nova viagem de ambulância para o hotel e um sorriso no rosto por ter comido comida italiana perfeita que não veio nem da Itália e nem de SP.

JLN

Carmine's - 2450 Broadway, New York e mais um endereço em Manhattan

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

2. Aquele do Desenho Animado com o Osso no Meio

E lá vamos nós, pra outra grande dica da minha irmã: o pretenso melhor Steak de Nova York. Chamado de Peter Luger, a casa fica no Brooklyn e desde 1887 serve um T-Bone que eu nunca vi parecido. Ele ocupa uma travessa inteira e tem o osso em T perfeito no meio. Vem lindamente grelhado, molhado, e com um cheiro que hipnotiza.

Cortado em tiras, cada pedaço é perfeito. É um corte de Porter House, um tipo de carne chamada de “marmorizada”, ou seja, com lâminas de gordura entremeadas, que derretem na grelha, espalhando sabor e maciez na carne (ainda crua, ela tem o aspecto de mármore). Nunca comi nada tão macio – sem exagero e linguagem figurativa, a carne derrete na boca como chocolate. Por ser marmorizada e maturada, não tem sabor dos tradicionais amaciantes de carne que os americanos adoram usar. Poucas vezes comi algo tão bom.

Só recomendo ir lá no almoço. Esse restaurante é um prazer que cobra a conta depois – é pesado, o after é parecido ao que se tem após uma festa da costela: a sensação de ter uma pedra na barriga. E como tudo em Nova York, faça reserva, se não você não senta.

JLN

Peter Luger - 178 Broadway, Brooklyn, New York

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

1. Pi Djei

É como se deve pronunciar o início do nome: P. J. Clarke´s. Se vai a Roma, visite o Papa. Em Nova York, coma um hamburger. Faça isso com classe: segundo a dica da minha irmã (mais feliz que eu, praticamente freqüentadora assídua de Nova York), Frank Sinatra, quando estava por lá, tinha mesa cativa.

E não é que o Frank (perdoem-me a intimidade) tinha razão? O cardápio é eclético, mas o hit é o hamburger. Um Senhor hamburger gourmet, preparado no prato, decorado, com queijo meticulosamente derretido, feito ao ponto, vermelho por dentro, crocante por fora, molhado, suculento. O pão vem levemente tostado, aberto para você montar da maneira que bem entender. Pedi um com queijo suíço e cogumelos. Seguem a alface, o tomate e as fritas.  Você fecha tudo, aperta, dá o toque de ketchup e aperta a boca em volta dele. Uma explosão de sabor. Frank tinha seus motivos.

De sobremesa experimentei uma Apple Crumble – uma espécie de torta de maçã com cobertura crocante, quente, moldada pela cumbuca, não enjoativa, coberta com generosa bola de sorvete e fundinho de canela e mel. Saí de lá de ambulância!

E antes que eu me esqueça, resolvi também explorar um pouco as difamadas cervejas americanas (sempre aguadas e amargas um pouco além da conta). Algumas boas surpresas: a Samuel Adams (Ale avermelhada e saborosa), a Blue Moon (artesanal Lager do Brooklyn) e, viva a globalização, chopp Stella (um pouco mais amargo do que o que trouxeram para o Brasil). Ponto para os EUA! Não só de Budweiser vivem os americanos!

Mais tarde, já de volta a SP, descobri que abriram uma “filial” da casa na Rua Mario Ferraz. Fui lá e foi honesto. Claro que nada parecido com o original. A impressão que tive é que por aqui, o representante é comerciante e não gourmet. Não tem Apple Crumble, não tem a cara de antigo (e o charme também), não fica na frente do Lincoln Center e não tem a mesa do Frank.

JLN

P.J.Clarke’s - 44 W 63rd St, New York e outros 4 endereços

P.J.Clarke’s São Paulo – Rua Dr. Mário Ferraz, 568, São Paulo

Vamos Olhar um Pouco pra Fora

Nunca escondi meu desdém pela “culinária anglo-saxônica”.  Nigella e Jamie Oliver que me perdoem, mas Fish & Chips e feijão doce com Marshmallow deveriam entrar na mesma categoria culinária do churrasquinho grego por R$1,00 com suco grátis lá do centro de SP.  Assim como não é segredo que desisti dos Mexicanos em SP (tá bom, vai, nunca vou conseguir deixar de procurar), toda vez que viajo pros EUA ou pra Londres (o que não tem acontecido com muita freqüência, infelizmente), eu já vou pensando em outros prazeres que a viagem pode proporcionar que não a gastronomia.

Estive, felizmente, em Nova York agora na virada do ano. Resolvi procurar um pouco e preparar um roteiro gastronômico para tentar descobrir se a grande maçã tem algum poder de fogo pra competir com São Paulo.  Como a verba era limitada, não deu pra explorar horrores, mas do pouco que vi, ouvi, bebi e comi, posso dizer que tive boas surpresas.

Farei uma série de quatro posts falando sobre as experiências que valeram a pena e devem ficar registradas.  Elas contribuem para um dos objetivos deste Blog, que é o registro de detalhes e características que diferenciam alguns lugares de outros. Por isso peço aos prestigiosos freqüentadores do Blog que não me levem a mal por escrever sobre Nova York.

De qualquer jeito, ficam as dicas. Espero que se alguém for pra lá, não se sinta perdido – use-as de ponto de partida.

JLN

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Salgadinho também é comida

O melhor salgado de SP, na opinião de peso de um viciado nestas minúsulas maravilhas fritas em óleo, está localizado no Cambuci, na avenida Lins de Vasconcelos. Um bando de japas simpáticos tocam o Yokoyama, uma pastelaria de 35 anos, que faz excepcionais salgadinhos de tipos e sabores variados. O meu uniqueness vai para o bolinho de carne, feito com massa de batata e um recheio levemente temperado... Só de lembrar fico aguado...
Merecem destaque a esfiha de escarola e os pasteis de carne e palmito. Tudo feito na hora, com óleo sempre renovado, acompanhados daqueles sucos tosqueiras, de máquina, perfeitos na combinação "no-low fat" que este post evoca. Quando estou com vontade de chutar o balde, vou até lá, compro uma porrada de salgados para viagem e venho comendo enquanto dirijo para casa, no carro mesmo... Recomendo.

Yokoyama - Avenida Lins de Vasconcelos, 1365 - Cambuci.